Gaza acusa Israel e EUA de esconderem droga na ajuda humanitária
O Gabinete de Imprensa do Governo de Gaza acusou os centros de ajuda humanitária israelitas e apoiados pelos EUA de distribuir ajuda humanitária contaminada com narcóticos, uma alegação que gerou indignação e preocupação internacional. A descoberta foi feita no enclave devastado pela guerra, onde milhares de palestinianos dependem de ajuda no meio do conflito em curso.
Drogas escondidas em mantimentos de ajuda
O gabinete de imprensa revelou que comprimidos identificados como "Oxicodona", um analgésico altamente viciante, foram encontrados escondidos dentro de sacos de farinha distribuídos por centros de ajuda humanitária apoiados por Israel e pelos Estados Unidos. Pelo menos quatro pessoas relataram ter encontrado os comprimidos nos seus mantimentos, enquanto as autoridades alertaram que parte da farinha poderia ter sido misturada com a droga, representando um risco ainda maior para a saúde pública.
Num comunicado publicado no Telegram, as autoridades de Gaza condenaram o incidente como um ataque deliberado à sociedade palestiniana. "Consideramos a ocupação israelita totalmente responsável por este crime hediondo de disseminar o vício e destruir o tecido social palestiniano de dentro para fora, como parte de uma política sistemática", pode ler-se no comunicado. As autoridades descreveram ainda o ato como um crime de guerra e uma violação do direito internacional humanitário, acusando Israel de travar uma "guerra suja" contra civis.
Violência nos centros de ajuda humanitária
A crise humanitária em Gaza agravou-se, com as forças israelitas a atacarem alegadamente palestinianos perto de pontos de distribuição de ajuda. O gabinete de imprensa de Gaza afirma que pelo menos 549 palestinianos foram mortos e mais de 4.000 ficaram feridos nas últimas quatro semanas, quando tentavam obter ajuda da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma iniciativa apoiada pelos EUA e por Israel.
As alegações são corroboradas por uma recente investigação publicada pelo jornal israelita Haaretz, que citou "confissões chocantes" de soldados israelitas. Segundo o relatório, os soldados tinham ordens para disparar sobre palestinianos desarmados perto de centros de ajuda humanitária, mesmo quando não representavam qualquer ameaça.
"O exército de ocupação israelita está a prosseguir uma política sistemática de genocídio sob o falso pretexto de 'socorro'", declararam as autoridades de Gaza.
Condenação internacional
A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) juntou a sua voz às crescentes críticas, classificando o programa de ajuda como um "massacre disfarçado de ajuda humanitária". Numa declaração contundente, a MSF exigiu a interrupção imediata da operação, alertando que os chamados esforços de ajuda estão a colocar vidas em risco em vez de prestar apoio. Os grupos de defesa dos direitos humanos e as autoridades locais de Gaza fizeram eco das preocupações da MSF, acusando Israel e os seus aliados de utilizarem a ajuda como arma como parte de uma estratégia mais vasta para minar a sociedade palestiniana.
À medida que o desastre humanitário se agrava, os apelos à responsabilização e às investigações independentes sobre os alegados crimes intensificam-se no panorama global.
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