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Criptomoedas: Marrocos escreve uma nova página na sua história
Marrocos, anteriormente relutante durante muito tempo face ao aumento das criptomoedas, está a iniciar um ponto de viragem significativo ao avançar no sentido da sua regulamentação. Desde 2017, as transações em moedas virtuais foram formalmente proibidas, com as autoridades financeiras a alertar para os riscos associados, como a falta de proteção do consumidor, a volatilidade dos preços e o potencial de utilização para fins ilícitos.
As criptomoedas, sinónimo de proibição na época, são agora alvo de atenção por parte das autoridades. Na verdade, à sombra das restrições oficiais, estes activos digitais continuaram a atrair um público marroquino cada vez mais curioso e ávido de inovação. Esta excitação, embora clandestina, não escapou obviamente à autoridade.
Apesar destas restrições, o entusiasmo dos marroquinos pelas criptomoedas continuou a crescer, colocando o país entre os líderes africanos em termos de adoção. Em resposta a isto, o Reino está a iniciar um ponto de viragem decisivo: a regulamentação das criptomoedas. Abdellatif Jouahri, antigo governador do Banco Al-Maghrib, confirmou esta mudança durante uma conferência internacional em Rabat, a 26 de novembro de 2024.
Uma lei em curso para regular uma prática desenfreada
Perante esta realidade, o Banco Al-Maghrib, o banco central marroquino, empreendeu o desenvolvimento de um quadro jurídico destinado a regular a utilização de criptomoedas. Abdellatif Jouahri, Governador do Banco Al-Maghrib, anunciou que o projeto de lei que rege os criptoativos estava a ser adotado. Esta declaração marca uma ruptura com a postura anterior do país. O objectivo é claro: canalizar um fenómeno que até agora floresceu fora do quadro jurídico. Esta iniciativa insere-se no desejo de proteger os investidores e garantir a estabilidade financeira do país.
O projeto baseia-se nas melhores práticas internacionais, com especial atenção às experiências de países como a França, a Suécia e a Suíça. O seu objetivo é fornecer um quadro jurídico para regular a utilização de criptomoedas, proteger os consumidores e garantir a estabilidade financeira. O objetivo é definir explicitamente o estatuto das criptomoedas em Marrocos, estabelecer mecanismos de monitorização e controlo e implementar medidas para prevenir o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo.
Ao mesmo tempo, o Banco Al-Maghrib está a explorar a possibilidade de lançar uma moeda digital a partir do banco central. Esta iniciativa visa aproveitar os benefícios das tecnologias digitais para melhorar a inclusão financeira e modernizar o sistema nacional de pagamentos. Ao contrário das criptomoedas descentralizadas, uma moeda digital do banco central seria emitida e controlada pelo banco central, proporcionando uma alternativa digital ao dirham tradicional.
Marrocos está a considerar esta opção como uma resposta aos desafios da inclusão financeira. “Estamos a explorar até que ponto esta nova forma de moeda poderá contribuir para alcançar determinados objectivos de política pública, particularmente em termos de inclusão financeira”, disse Jouahri.
A inclusão financeira como motor de uma revolução digital
A adoção deste quadro regulamentar marca um passo importante para Marrocos, que reconhece agora a importância das criptomoedas na economia global. O Reino aspira também a posicionar-se como líder regional no domínio das tecnologias financeiras. Ao regular a sua utilização, Marrocos procura aproveitar as oportunidades oferecidas por estas tecnologias, minimizando ao mesmo tempo os riscos associados. Esta abordagem poderá também posicioná-la como um interveniente-chave no campo das fintech em África. Ao regular as criptomoedas, o Reino procura atrair investidores estrangeiros, promover a inovação local e fortalecer o seu papel no panorama africano.
“É bom saber”, embora o projeto de lei esteja a ser adotado, muitos detalhes específicos dos regulamentos ainda precisam de ser esclarecidos. Os intervenientes da indústria e os potenciais investidores terão de acompanhar de perto a evolução legislativa para compreenderem plenamente as implicações deste novo quadro jurídico. O sucesso desta abordagem dependerá da implementação eficaz do quadro regulamentar e da capacidade do país para se adaptar aos rápidos desenvolvimentos no sector da tecnologia financeira.