-
09:56
-
09:23
-
09:10
-
08:43
-
08:26
-
07:46
-
17:15
-
16:11
-
15:20
Siga-nos no Facebook
Marrocos aposta na bioeconomia em Buenos Aires
O embaixador de Marrocos na Argentina, Fares Yasser, afirmou na segunda-feira que Marrocos empreendeu uma transformação radical no seu modelo de desenvolvimento económico nos últimos quinze anos, passando da dependência dos recursos naturais para uma estratégia centrada na bioeconomia.
Durante a Terceira Conferência sobre Bioeconomia, realizada em Buenos Aires, o diplomata marroquino enfatizou que este ambicioso desafio visa estabelecer um sistema de produção competitivo, sustentável e com valor acrescentado, ao mesmo tempo que aumenta a resiliência face aos desafios climáticos e às pressões sociais.
Fares Yasser salientou que a bioeconomia, definida como a utilização de recursos biológicos renováveis para produzir alimentos, energia e bens industriais, está a emergir como uma alavanca estratégica. Deu nota que Marrocos, graças à sua localização geográfica, faz parte de uma dinâmica de sustentabilidade, inovação e integração nas cadeias de valor globais, em particular nas europeias.
Graças a esta diversidade económica, Marrocos conseguiu alcançar um crescimento constante do seu PIB, passando de 131 mil milhões de dólares em 2022 para 154 mil milhões de dólares em 2024, segundo Fares Yasser.
Esta diversidade económica teve um forte impacto na atração de investimento direto estrangeiro (IDE). Marrocos, o segundo maior destino de IDE em África, é a escolha preferida de muitos investidores, impulsionado pelos acordos de comércio livre assinados com a União Europeia e os Estados Unidos.
O embaixador acrescentou que o Reino está empenhado na dinâmica de uma "bioeconomia sustentável" para aumentar a sua segurança alimentar e reduzir as suas faturas de energia.
O embaixador marroquino enfatizou que esta dinâmica é sustentada por uma infraestrutura sinérgica e por grandes projetos estruturais, citando, em particular, o Complexo Portuário de Tânger Med e o comboio de alta velocidade, cujo primeiro troço entrou em funcionamento em 2018. Citou ainda uma densa rede ferroviária, autoestradas, zonas francas, zonas industriais dedicadas às indústrias automóvel e aeronáutica, centrais de energia solar, parques eólicos, centrais de dessalinização, centrais de hidrogénio verde e 150 barragens e autoestradas.
O diplomata marroquino acredita que estas instalações aumentam a competitividade do país e apoiam o surgimento de uma economia circular.
Este esforço visa eliminar a "armadilha das matérias-primas", transformando os recursos em produtos de elevado valor acrescentado, capazes de gerar emprego, inovação e crescimento sustentável.
No entanto, Fares Yasser alertou que tal não é isento de desafios. Marrocos precisa de melhorar a sua produtividade, reduzir as desigualdades sociais e reforçar a sua resiliência às secas recorrentes.
O sucesso desta estratégia depende da inovação, da cooperação Sul-Sul e de parcerias internacionais capazes de mobilizar investimento e financiamento verde.
Ao focar-se na bioeconomia, Marrocos pretende não só modernizar o seu sistema produtivo, mas também consolidar a sua posição como um actor-chave nas transformações ambientais e económicas globais.
O 3º Congresso de Bioeconomia na Argentina contou com a presença de 300 oradores dos meios políticos, académicos, diplomáticos e da indústria agroalimentar.
Este evento é o maior encontro da América Latina dedicado à bioeconomia, às atividades de elevado valor acrescentado e ao desenvolvimento produtivo.
Ao longo da segunda-feira, ministros, governadores, líderes empresariais, académicos e diplomatas discutiram questões estratégicas como a inovação tecnológica, as energias renováveis, a economia circular, as exportações e a sustentabilidade ambiental.