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Marrocos enfrenta catástrofes naturais: uma vulnerabilidade global destacada pelo Banco Mundial
O último relatório do Banco Mundial sobre o Índice de Inclusão Financeira Global para 2025 faz soar o alarme: Marrocos está entre os dez países mais expostos a catástrofes naturais em todo o mundo. Esta classificação coloca o Reino ao lado de países altamente vulneráveis, como o Zimbabué, Moçambique e as Comores.
Entre 2021 e 2024, mais de 64% dos marroquinos referem ter sido pessoalmente afetados por um desastre natural ou evento climático extremo. O devastador sismo de Al Haouz, ocorrido em 2023 e com uma magnitude de 6,8 na escala de Richter, continua a ser o exemplo mais marcante dos últimos anos. Ilustra a brutalidade dos acontecimentos enfrentados pela população marroquina.
Ao contrário do que se possa pensar, as zonas rurais não são as únicas afetadas por estes fenómenos. O relatório revela que os residentes rurais foram tão afectados, se não mais, do que os das zonas urbanas, realçando a abrangência nacional dos danos. A vulnerabilidade afecta, portanto, todos os segmentos do país, sem distinção geográfica significativa.
Mas são os mais pobres que pagam o preço mais elevado. O relatório aponta para um aumento de seis pontos percentuais na exposição entre os 40% da população que vive abaixo do limiar da pobreza. Estes dados realçam a interligação entre os desafios climáticos e a fragilidade socioeconómica, que, combinados, agravam a precariedade dos grupos mais desfavorecidos.
Económicamente, as consequências são graves: perda de rendimentos, destruição de habitações, desaparecimento de gado... tudo danos sofridos pela maioria dos afectados. Esta observação é consistente com a observada noutros países com climas instáveis, como o Malawi e a Zâmbia.
Por fim, o relatório destaca uma particularidade marroquina: ao contrário de outros países africanos, como o Chade ou o Zimbabué, onde a diferença entre as zonas rurais e urbanas pode chegar aos 20 pontos, Marrocos experimenta uma exposição quase uniforme em todo o seu território. Esta homogeneidade pode ser explicada pela diversidade de catástrofes naturais que o país vive — sismos, inundações, tempestades —, tornando os riscos múltiplos e omnipresentes.