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OMS alerta que doenças estão a "sair de controlo" em Gaza
A Organização Mundial de Saúde alertou que as doenças infecciosas estão a "sair de controlo" na Faixa de Gaza, onde apenas 13 dos 36 hospitais permanecem parcialmente operacionais.
"Seja meningite... diarreia, doenças respiratórias, estamos a falar de uma quantidade gigantesca de trabalho", disse Hanan Balkhy, diretora regional do organismo de saúde das Nações Unidas, à AFP, no Cairo.
Um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas aumentou a esperança de que a ajuda e a assistência médica vitais cheguem finalmente aos palestinianos em Gaza após dois anos de guerra, mas Balkhy alertou que os desafios são "inimagináveis".
"Precisamos de mais combustível para Gaza, precisamos de mais alimentos, mais equipamento médico, medicamentos, médicos e médicos", disse ela numa entrevista na quarta-feira, fazendo eco das exigências dos líderes internacionais para que Israel permita um aumento maciço da ajuda.
Os dados da OMS mostram que existem apenas oito unidades de saúde, todas parcialmente a funcionar, na Cidade de Gaza – o principal centro urbano do território.
A organização afirma que os hospitais que ainda funcionam sofrem com a grave escassez de profissionais médicos, que enfrentam também a fome e a ofensiva implacável de Israel, que já fez quase 68 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde do território.
Para Balkhy, quando se fala em reparar os hospitais devastados de Gaza, "a questão é quantos deles estão disponíveis para reabilitação em vez de (ter de) reconstruir tudo de novo?".
"Estamos a falar de milhares de milhões de dólares e de décadas de trabalho", disse ela, depois de o sistema de saúde do território ter sido essencialmente "desmantelado".
Desde 7 de outubro de 2023, as unidades de saúde de Gaza sofreram mais de 800 ataques, segundo dados da ONU.
"Resta muito pouco do sistema de saúde. Há crianças que nasceram nos últimos dois anos, muitas das quais, presumo, não receberam qualquer dose de imunização."
A ONU afirma que quase 42.000 pessoas estão a sofrer ferimentos que podem mudar as suas vidas, um quarto das quais crianças.
Balkhy pediu que os doentes possam novamente "ter acesso à Cisjordânia e a Jerusalém, para que possam receber os cuidados que estão disponíveis muito perto, e é o local onde costumavam ir para receber cuidados".
Israel limitou severamente as autorizações para os palestinianos saírem de Gaza durante a guerra, tornando as evacuações médicas quase impossíveis.
As necessidades de saúde mental, por outro lado, mais do que duplicaram entre os mais de dois milhões de palestinianos presos sob bombardeamentos durante dois anos, segundo a OMS.
Mais de um milhão de pessoas precisam de "apoio urgente", mas o serviço disponível é muito insuficiente.
"Esperamos realmente que a paz seja totalmente sustentada para que possamos começar", disse Balkhy.