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Putin Redesenha o Mapa Energético Global
O Presidente Putin sublinhou que o mundo está a assistir a uma reestruturação radical das cadeias de abastecimento globais, levando a Rússia a redireccionar as suas parcerias económicas e energéticas para os países do Sul Global, do Leste Asiático e da América Latina.
A declaração do presidente russo foi feita durante um discurso na sessão plenária do fórum da Semana da Energia Russa, atualmente realizado na capital russa.
Putin salientou que a Rússia tem vantagens únicas no setor da energia nuclear, explicando que o seu país é "o único país do mundo que produz pequenas centrais nucleares" e que a Rosatom ocupa aproximadamente 90% do mercado global de construção de centrais nucleares, graças à sua capacidade de fabricar todos os componentes internamente. Acrescentou que a Rússia está atualmente envolvida em aproximadamente 400 projetos de geração de eletricidade em 55 países, referindo que a energia nuclear constitui "a estrutura responsável pelo equilíbrio da matriz energética global".
O Presidente russo sublinhou que o sistema energético do seu país está entre os maiores do mundo, explicando que a Rússia está a trabalhar para expandir o consumo doméstico de gás, particularmente na Sibéria e no Extremo Oriente, onde mais de 100.000 quilómetros de redes de distribuição de gás foram alargados a cidades e zonas residenciais. Salientou que a taxa de conversão do consumo para gás na Rússia está a aproximar-se dos 75%.
Em relação ao mercado global de gás, Putin explicou que a Rússia está a redireccionar as suas exportações para o Médio Oriente e Extremo Oriente, após uma queda na procura europeia devido à rejeição do gás russo e ao bombardeamento do gasoduto Nord Stream. Apesar da queda da procura face aos níveis de 2019, Putin disse que esta mudança levou Moscovo a procurar novos mercados e a construir parcerias a longo prazo.
Em relação ao petróleo, indicou que a redução da produção russa se enquadra no acordo da OPEP+, sublinhando que a Rússia ainda satisfaz aproximadamente 10% das necessidades globais de petróleo, apesar do que descreveu como "concorrência desleal".
Putin abordou ainda as repercussões das sanções ocidentais, explicando que estas levaram a um declínio da produção industrial na Alemanha, que descreveu como o "motor da economia europeia", e contribuíram para reduzir a competitividade dos produtos da UE em geral.
Falando sobre o futuro da energia, Putin previu que a dependência da electricidade nos países em desenvolvimento e no Sul Global aumentaria para 85% nos próximos 25 anos, referindo que a crescente economia digital está a criar uma procura crescente por fontes de energia estáveis, como a energia nuclear. Salientou que "o carvão ainda mantém um papel importante na matriz energética global", apesar da mudança gradual para fontes mais limpas.
Putin concluiu que o crescimento contínuo da economia global será inevitavelmente acompanhado por um aumento da procura de energia, tornando essencial a construção de sistemas de fornecimento flexíveis e sustentáveis que sirvam os interesses de todos os países, especialmente aqueles que procuram aumentar a sua independência económica e energética.